domingo, 2 de maio de 2010

Viajo porque preciso, volto porque te amo...


Quando somos convidados a assistir um filme brasileiro, há sempre um ar de desconfiança no ar, pois nunca sabemos o que está por vir. Alguns costumam dividir entre o experimental que cita Glauber de um jeito que fica estranho, o filme de favela, e os "blockbusters" da Globo Filmes.
Mas é bom sempre se despir desses preconceitos, pois como nunca sabemos o que vai vim, muitas vezes somos surpreendidos, positivamente.
Ao descobrir que o filme que eu estava prestes a assistir era do mesmo diretor de "Cinema Aspirina e Urubus" e também do diretor de "O Céu de Suely", minha atenção foi dirigida de outra maneira, e o filme começa. Estrada, música, um corte brusco que chama atenção e então o filme se arrasta por meia hora e você vai se largando na cadeira, você acha que já sabe o que o filme vai contar.
A ausência da imagem do protagonista começa incomodando, mas logo nos acostumamos e nos entregamos a uma narrativa sonora e a imagens que quase sempre remetem a sensações.
Um ponto de virada, de repente não sabemos mais o que estamos vendo. O título do filme é negado, "viajo porque preciso, volto... não, eu não volto". Como assim? O que estamos assistindo? Talvez seja um filme romântico e melancólico, mas como aquilo aconteceu? É tudo tão concreto, é tudo tão documental! Uma entrevista! Uma entrevista dirigida no meio da narrativa da ficção. Mais um ponto de virada que faz se acomodar melhor na cadeira e tentar entender o que estamos vendo. "Mas não era uma ficção?" É a pergunta que muitos podem se fazer, sim é uma ficção, onde apenas o protagonista tem voz, apesar de como já disse, não ter imagem.
Viajamos junto com essa voz e talvez por vezes, somos obrigados a enxergar o corpo dono dessa voz. Quem é ele? Que filme é esse? Viajo pra onde?
Perguntas ficam no ar, mas respostas são dadas de uma forma poética e delicada. Assistimos a um belo filme, um romance, que começou como documentário e se desenvolveu num experimental completamente legível e aberto para leituras em diversos níveis... Recomendo.

2 comentários:

Anônimo disse...

acho engraçado que todo mundo vem nesse texto procurando o torrent e ninguém comenta a crítica :)

Kátia disse...

Pq n tem como mostrar uma opinião sem ver o filme.. e exatamente por isso que as pessoas vem procurando o torrent..

 
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