quinta-feira, 1 de julho de 2010

Pensando Vlogs e Reality Shows

Algum tempo atrás, tivemos na televisão a explosão dos Reality Shows. Por todo o mundo, pessoas expunham suas vidas em formatos diferentes nas mais variadas emissoras de televisão. Algumas buscavam o sucesso como cantores, ídolos pop, atores, ou simplesmente pretendiam ficar famosos. Muitos conseguiram, por alguns instantes. Surge então a categoria das sub-celebridades num fenômeno que é pouquíssimo estudado pelos acadêmicos e que se configura como um assunto complexo de ser estudado. A plateia, cada vez mais está na frente das câmeras.
Também é complexo o fenômeno que é a internet, livres de grandes corporações midiáticas que são as emissoras de TV, praticamente qualquer indivíduo no mundo pode criar seu conteúdo e divulgá-lo na internet e esse conteúdo pode ser qualquer coisa, literalmente, sem uma pessoa responsávelpor uma triagem do que seria o conteúdo de qualidade e do que seria ruim.
Algumas semanas atrás eu comecei a assistir dois vlogs (ou dois programas para internet?) onde com apenas uma câmera, o "apresentador" comenta fatos, acontecimentos e faz seu discurso dando sua opinião sobre coisas no mundo. Aos poucos fui percebendo que, a imagem do "apresentador" da internet se mistura com a "imagem" do indivíduo na internet e como que por consequência com a imagem dele na "vida real", fora do ambiente virtual.
Vamos explicar melhor...



Ao assistir os videos do @pecesiqueira encontramos conteúdo de qualidade audiovisual, opiniões sobre a Copa, as vuvuzelas, banho, videogames e etc. Mas essas opiniões vão revelando aos poucos dados sobre a vida (talvez a "vida real") do "apresentador". Sabemos que ele tem uma namorada ruiva, uma cachorra chamada Lola, que ele mora em São Paulo, sabemos como é seu quarto, que ele toca violão... O que, em certa medida, vai se configurando como um reality show virtual onde o público (os internautas) ficam na expectativa de saber qual o próximo passo dele. O que ele gosta de comer, o que ele gosta de vestir, se ele se incomoda em ser vesgo...
O mesmo acontece ao assitirmos os videos do @felipeneto. Vemos parte da sua casa, seu irmão, sabemos que ele está viajando, que está doente, que comprou novos óculos.



Talvez a grande diferença esteja na forma como essas informações são vinculadas. Enquanto que num Big Brother autorizam terceiros a vincularem informações sobre suas vidas, montando imagens que, muitas vezes podem não ser as imagens que os participantes gostariam de passar; nesses videos da internet, quem contrói a imagem é o próprio individuo, o "dono" do programa, do video.
É burrice afirmar que por ser o próprio individuo, a imagem que vemos na internet é a imagem real da pessoa e que o Felipe Neto realmente usa aqueles óculos e fala daquele jeito constantemente. Ao se dirigir para a câmera, qualquer pessoa irá se comportar da maneira como ela gostaria de ser vista, ainda que funcione ou não. Ao atuar para a câmera eles criam uma imagem deles dentro da internet. Essa imagem é completada por comentários no twitter e por toda a rede.

Não quero aqui dizer que um BBB e um cara que faz videos pra internet sejam a mesma coisa, longe disso. Mas eles possuem uma origem em comum, que talvez esteja na necessidade das pessoas pelo ato de voyer e pela exibição.
O conteúdo desses vídeos é realmente interessante se pensarmos que veiculam informação para uma imensa quantidade de pessoas e uma informação que não passa pela censura de interesses de grandes empresas, mas é uma coisa complicada demais para ser pensada num blog.

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