domingo, 20 de dezembro de 2009

Avatar e a Procura por uma casa


Aviso de antemão que além de uma crítica, ou muito mais que uma crítica a um filme, esse post será um desabafo.
Na última quinta feira, depois de um dia cansativo, fui com um grupo de amigos assistir ao filme anunciado como o mais caro da história e que já dividia opiniões entre o grupo, pois alguns não haviam aceitado muito bem o teaser. Eu havia visto poucas coisas do filme, mas os pequenos trechos de animação já me chamavam atenção. Fomos ao cinema e rápido percebi que se tratava de um filme onde a história não seria importante, você deve ir para ver os efeitos especiais, é possível saber todos os conflitos com apenas dez minutos e por tratar-se de Hollywood, as probabilidades de o mocinho se dar mal ou do vilão acabar bem são quase zero, o espectador já sabe disso quando vai assistir então, na verdade acho que não estamos lá para assistir ao filme em si, mas os efeitos, apenas acompanhamos uma história não muito inovadora, mas contada de forma excelente.
Contudo, são possíveis varias leituras interessantes, a relação do homem com a natureza talvez seja o principal pilar de sustentação da trama, depois o conflito interno do protagonista. Esses dois pontos são os mais interessantes dentro do roteiro. Em Pandora, o planeta onde se passa o filme, a mãe natureza tem outro nome e os habitantes de lá sabem conviver com essa mãe, diferente do ser humano, que além de destruir sua própria mãe quer destruir também a mãe de Pandora.
Jake Sully, o personagem principal, é um fuzileiro que está numa cadeira de rodas e que vê no avatar a possibilidade de andar, mas ao entrar nesse novo mundo descobre muito mais do que um corpo com pernas ágeis. Duas horas e meia que não são sentidas dentro da sala e que proporcionam efeitos visuais totalmente cativantes e convincentes, um bom filme por assim dizer e infelizmente a única coisa boa que eu tive na semana.
Se Avatar problematiza, ainda que superficialmente a relação do homem com a natureza e com o próximo, alguns proprietários de imóveis deveriam assistir e refletir sobre isso, pois muitos não sabem se relacionar com aqueles que visivelmente sustentam a economia de sua cidade. Sim, estou reclamando e fazendo uma relação entre o filme e a realidade totalmente forçada. Aposto que um proprietário que não aceita alugar casas pra estudante não se considera preconceituoso se perguntarmos isso a ele, mentiroso, pois isso é preconceito puro. E o que dizer daquele que resolve aumentar o preço, pois os inquilinos serão universitários? Ora, antes universitários do que criminosos, pois se estamos fazendo uma universidade é porque queremos contribuir de alguma forma com a sociedade do futuro, não somos vândalos que destroem casas.
E além de tudo isso ainda tem o sistema imobiliário totalmente desrespeitoso que faz você ver a casa, gostar, gastar tempo andando pela cidade para solucionar os problemas que envolveriam a mudança e quando você decide assinar o contrato, você descobre que não pode, apenas porque é estudante. São essas mesmas pessoas que vão afirmar pra sociedade que o país não vai pra frente sem educação, mas tratam mal os estudantes, ironia ou hipocrisia?
Apenas peço que não nos tratem como idiotas, pois não somos. Um pouco de atenção na hora do atendimento é importante, senhores corretores que ficam sentados o dia inteiro numa mesa de escritório falando ao telefone e quando um cliente chega vocês continuam fazendo isso. Não acho certo ficar uma semana inteira rodando todas as imobiliárias de uma cidade e ser mal atendido em todas, tanto pelos proprietários quanto pelos corretores. Não nos recusamos a pagar por suas casas, nem a mantê-las em ordem sem incomodar a vizinhança.
Meu único consolo por enquanto é a esperança de que um dia, essas pessoas vão estar numa fila de cinema pagando ingresso para o meu filme e se tiverem capacidade de fazer uma leitura audiovisual vão perceber quanto ódio eu tenho dessa futilidade e do preconceito enraizado na sociedade que não consegue enxergar dentro de si mesmo. Espero que de alguma forma eu possa ajudar pra mudar essa visão ridícula que algumas pessoas tem sobre o próximo e sobre o mundo em que vivem, mas infelizmente a maioria das pessoas ainda age e pensa como o general do filme Avatar, agem como imbecis.

Recomendo veementemente que assistam Avatar no cinema, se possível 3D ou não vão gostar do filme.

1 comentários:

Datan disse...

O sistema imobiliário SUX!!! a raiva é maior que tudo, mas a gente vai conseguir... vila, prepara a sua câmera porque da próxima vez a gente vai filmar tudo e fazer nosso primeiro videocast!!! ah... Avatar ROX!!! ateh o blogger concorda com a gente... a palavra pra escrever para mandar o comentário é "poupe"... Imobiliárias, poupe-nos!

 
Copyright 2009 Audiovisualverde. Powered by Blogger
Blogger Templates created by Deluxe Templates
Wordpress by Wpthemescreator