segunda-feira, 30 de março de 2009

Dona Cristina perdeu a memória


Hoje vou postar uma crítica que escrevi sobre esse curta metragem. O objetivo da crítica era ser selecionado para a equipe do Critica Curta do Festival Internacional de Curtas de São Paulo, o que acabou acontecendo, mas infelizmente não pude participar.

É difícil afirmar quem aprende com quem, se é o garoto Antonio com a vizinha Dona Cristina, ou vice-versa. O fato é que, além dos dois personagens, quem aprende também é o público, não só pela boa qualidade do filme, mas também por sua delicadeza.
Em nenhum momento vemos senhores e senhoras de idade em situações ruins, mas, de certo modo, achamos que Dona Cristina deve ser tratada melhor e respeitada. Construímos uma imagem de uma senhora distinta e não louca. Se mergulharmos de cabeça no filme, acreditaremos em suas histórias mesmo que elas se contradigam A delicadeza se estende também para a ingenuidade de Antonio, que ao mesmo tempo em que engana, brinca com a vizinha e constrói uma amizade.
A qualidade e a delicadeza não se resumem ao roteiro, mas a todos os aspectos do filme: fotografia, cenário, figurino, som e etc. O filme esbanja qualidade com simplicidade: um único cenário, que se transforma em vários com as histórias de Dona Cristina; dois personagens que mudam com o passar dos dias; uma história simples que se desdobra em várias histórias, que podem ser tristes, engraçadas, reais, imaginárias, convincentes ou não.Enfim, estamos diante do mais puro olhar feminino, que ao mesmo tempo em que é capaz de enxergar as coisas com uma profundidade indescritível mostra ao público tudo que enxergou de uma maneira clara e também sensível.

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