quarta-feira, 6 de abril de 2011

A vida em um dia

Uma menininha questiona a existência de Deus. Um coreano que viaja pelo mundo há 9 anos se emociona ao ver uma mosca caída em sua sopa. Um homem cuja esposa tem câncer diz que não consegue mais sentir medo. É a partir de depoimentos surpreendentes como esses que o longa-metragem “Life in a Day” (A Vida em um Dia) conta a história de um dia na vida de pessoasaoredor do mundo.

O documentário do diretor Kevin MacDonald apresenta trechos de vídeos postados voluntariamente no youtube por pessoas comuns mostrando o que aconteceu em suas vidas no dia 24 de julho de 2010.

O que poderia ser apenas um remendo de cenas desconexas, é um filme muito bem amarrado. Kevin consegue ligar com maestria cenas que aparentemente nada tem a ver e mais, criar novos sentidos para elas quando juntas. A sinceridade com que as pessoas mostram ao mundo suas rotinas é cortante e é isso que torna o filme tão interessante. O que leva essas pessoas a tamanha exposição? A necessidade de ser visto ou de compartilhar com os outros? Ou nenhum dos dois?


São esses pontos que saltam aos olhos ao ver o filme: a crueza dos depoimentos e a forma como depoimentos distantes geograficamente são colocados, de modo nada ingênuo, um ao lado do outro.

O documentário acerta em apostar em depoimentos muito pessoais e únicos, mas que, ao mesmo tempo, tratam de temas universais, aqueles que qualquer um, em qualquer lugar do mundo, vai compreender. São levantadas questões sobre o amor, a tristeza, a morte, o medo e a solidão, por exemplo.

A vertigem e a guerra
E como se não bastassem as ótimas escolhas de trechos dos vídeos, a montagem excelente, a trilha sonora conduzindo a narrativa perfeitamente, o longa ainda traz imagens visuais impressionantes. O salto no trampolim, a queda em direção a piscina e o seguinte mergulho de um rapaz chegam a dar vertigem em quem está assistindo.

Outro grande trunfo do filme é apresentar visões opostas de um mesmo tema. Por exemplo, temos a esposa de um soldado americano, que sofre com a solidão e o medo de perder o marido a qualquer instante. Por outro lado, um repórter fotográfico do Afeganistão tenta mostrar que seu povo não é tão sanguinário e violento como mostram os noticiários.

Sobre a equipe
O diretor do filme Kevin MacDonald também dirigiu O Último Rei da Escócia, Intrigas do Estado e o documentário vencedor do Oscar Um dia de setembro. A produção é assinada por Ridley Scott, indicado três vezes ao Oscar de melhor diretor por Thelma e Louise, Gladiador e Falcão Negro em Perigo.

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